A
dislexia é um distúrbio de aprendizagem que atinge crianças (mais meninos do
que meninas) com dificuldades específicas de leitura e escrita. Essas crianças
são incapazes de ler com a mesma facilidade que seus colegas da mesma idade,
apesar de terem todo o aparato físico e psicológico considerados normais.
O
disléxico tem geralmente a seguinte história de vida:
1) Algum
parente próximo com a mesma dificuldade de linguagem;
2) Nasceu
provavelmente de um parto difícil;
3) Adquiriu,
quando criança, alguma doença infectocontagiosa, que tenha produzido convulsões
ou perda de consciência;
4) Atraso
na aquisição da linguagem ou perturbações na articulação da mesma;
5) Atraso
para andar;
6) Problemas
de dominância lateral (uso retardado da mão esquerda ou direita).
Conheça alguns erros de
leitura e escrita encontrados na dislexia:
·
Confusão de letras, sílabas ou palavras
com pequenas diferenças de grafia: a/o, c/o, e/f etc.
·
Confusão de letras, sílabas ou palavras
com grafia semelhante, porém com orientação espacial diferente: b/d,
p/b, b/q etc.
·
Confusão de letras que possuem sons
parecidos: b/d, p/q, d/t, m/b etc.
·
Inversão parcial ou total de sílabas ou
palavras: me em vez de em,
sol em vez de los,
som em vez de mos etc.
·
Substituição de palavras por outras
estruturas mais ou menos semelhantes: salvou no lugar de saltou,
sentiu no lugar de mentiu.
·
Contaminação de sons: lalito
em vez de palito.
·
Adição ou omissão de sons, sílabas ou
palavras: casa em vez de casaco, neca em vez de boneca
etc.
·
Repetição de sílabas, palavras ou frases:
mamacaco,
paipai.
·
Salto de linha, volta à linha anterior e
perda da linha durante a leitura.
·
Acompanhamento com o dedo da linha que
está sendo lida.
·
Leitura do texto palavra por palavra.
·
Problemas de compreensão do texto.
·
Escrita em espelho (em sentido inverso
ao normal).
·
Letra ilegível.
·
Leitura analítica e decifratória: quando
lê silenciosamente, a criança não consegue deixar de murmurar ou mover os
lábios, pois precisa pronunciar as palavras para entender o seu significado.
O
cérebro de um disléxico é perfeito; por isso, quanto mais cedo a criança entrar
em contato com a linguagem, melhor. Através de técnicas terapêuticas, a maioria
dos disléxicos pode ler e estudar normalmente. Para isso, porém, deverá se
esforçar muito. Grande parte dos disléxicos não tem gosto pela leitura, nem é
capaz de dominar a leitura e a ortografia de uma segunda língua (língua
estrangeira). O disléxico deve ser incentivado, através de métodos
especializados de alfabetização. Com a definição de seu distúrbio, a criança
fica mais sossegada, pois não é mais tachada de preguiçosa, desatenta, etc.
Veja algumas sugestões
para ajudar a criança disléxica na escola:
1) Explique
à criança o seu problema.
2) Sente-se
ao lado dela.
3) Não
force o aluno a aceitar a lição do dia.
4) Não
o pressione com o tempo, nem estabeleça competições com os outros.
5) Seja
flexível quanto ao conteúdo das lições.
6) A
criança pode tentar disfarçar seus erros, através da caligrafia ilegível.
7) Faça
críticas construtivas.
8) Estimule
o aluno a escrever em linhas alternadas, o que permite a leitura da caligrafia
imprecisa.
9) Certifique-se
de que a tarefa de casa foi entendida pela criança.
10) Peça
aos pais que releiam com ela as instruções.
11) Evite
anotar todos os erros na correção. Dê mais importância ao conteúdo.
12) Não
corrija com lápis vermelho. Isso fere a suscetibilidade da criança com
problemas de aprendizagem.
13) Procure
descobrir os interesses da criança.
14) Procure
leituras que interessem à criança.
Referência bibliográfica: DROUET,
R.C.R. Distúrbios da aprendizagem. São Paulo: Ática, 2003. Com
adaptações de artigo de Ubiratam B. Mattani, em Ciência, ano I, nº 1, jan/fev. 1987.